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MC 03 - A DISPUTA PELA VIOLÊNCIA ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO NO BRASIL: DO IMPÉRIO À PRIMEIRA REPÚBLICA

04/11/2021, das 19:00 às 21:00

Autor(es): André Gustavo Lescovitz Cunha (Mestre, UFPR); Matheus Hatschbach Machado (Mestre, UFPR)

Descrição:

O exercício da violência no Brasil sempre esteve em disputa entre o público e o privado. Sob diversas maneiras, a violência existia como forma de regular as relações sociais no âmbito privado, fosse através das formas de controle das elites com a população ou até mesmo entre as pessoas comuns. Além disso, a escravidão enquanto sistema social mantinha o manejo da violência dentro do âmbito privado e senhorial. Conforme o Estado brasileiro se modernizou, cada vez mais projetaram-se formas de administrar esta violência e resolver conflitos através das instituições. Ainda assim, a confusão entre as esferas públicas e privadas permaneceu consideravelmente na consolidação estatal. Nesse cenário, a contenção da violência e a consolidação de mecanismos estatais para sua mediação foram processos fundamentais na passagem do século XIX e XX. Mais que isso, essas questões atravessam a formação de uma sociedade em que se debatiam noções de cidadania, de hierarquias sociais e dos limites da força física e do Estado. Trata-se de um debate indispensável, considerando a atualidade da violência estatal e das demais representações da violência no cotidiano de nossa sociedade. O presente curso destina-se, portanto, a averiguar as linhas gerais deste processo. De um lado, a proposta será realizada através de uma síntese dos principais autores da historiografia e, de outro, mobilizando fontes empíricas que ilustrem de que forma tais questões surgiam na vida social.


Palavras-chave: violência; instituições; Brasil; construção estatal; cidadania.


Bibliografia:

MAIA, Clarissa Nunes; NETO, Flávio de Sá; COSTA, Marcos; BRETAS, Marcos Luiz. (Orgs.). História das prisões no Brasil. Vol. 1. Rio de Janeiro: Ed. Anfiteatro, 2017.

ALONSO, Angela. Idéias em Movimento. A geração de 1870 na crise do Brasil-Império. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

BEATTIE, Peter M. Tributo de sangue: exército, honra, raça e nação no Brasil, 1864-1945. São Paulo: Edusp. 2009.

CUNHA, André Gustavo Lescovitz. Antônio Joaquim de Macedo Soares e o reformismo imperial na crise da escravidão - Década de 1870. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal do Paraná. Orientador: Carlos Alberto Medeiros Lima. Curitiba, 2020.

FRANCO, Maria Sylvia de Carvalho. Homens Livres na Ordem Escravocrata. 4. Ed. São Paulo: Fundação Editora da Unesp, 1997.

GRUNER, Clóvis. Paixões torpes, ambições sórdidas: Crime, cultura e sensibilidade moderna (Curitiba, fins do século XIX e início do XX). São Paulo: Alameda, 2018.

MACHADO, Matheus Hatschbach. Por que você não o surrou em vez de matá-lo? A organização social da violência no início do século XX - Curitiba, 1900-1911. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal do Paraná. Orientador: Carlos Alberto Medeiros Lima. Curitiba, 2021.

MATTOS, Hebe. Das cores do silêncio: os significados da liberdade no Sudeste escravista (Brasil, século XIX). 3ª edição revista. Editora Unicamp, Campinas, 2013.

VELLASCO, Ivan de Andrade. As seduções da ordem: violência, criminalidade e administração da justiça – Minas Gerais – século 19. São Paulo: EDUSC; ANPOCS, 2004.

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